quarta-feira, 25 de abril de 2007

No One Knows Better Than I

Ray Charles - Hard Times

My mother told me
Before she passed away
Said: son, when I'm gone

Don't forget to pray
'Cause there'll be hard times
Lord, those hard times
Who knows better than I?
Well I soon found out
Just what she meant
When I had to pawn my clothes
Just to pay the rent
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?
I had a woman
Who was always around
But when I lost my money
She put me down
Talkin' 'bout hard times
Yeah,yeah, who knows better than I?
Lord, one of these days
There'll be no more sorrow
When I pass away
And no more hard times

Ouvi essa música insistemente em meu player sem saber ao certo o motivo.
Só depois percebi como a primeira parte dela me toca profundamente.
Não por acaso...

My mother told me
Before she passed away
Said: son, when I'm gone
Don't forget to pray
'Cause there'll be hard times
Lord, those hard times
Who knows better than I?

Uma vontade enorme de chorar, esperando um colo que nunca vem...
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?

Ter apenas 17 anos e o mundo inteiro pra te engolir...
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?


Seguir em frente sem um porto seguro, sem o amor incondicional...
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?

Não ter alguém pra se preocupar verdadeiramente com as suas angústias...
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?

Não ter quem se orgulhe das suas conquistas...
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?

Não ter alguém pra condenar os seus erros e fazer você baixar a cabeça...
Talkin' 'about hard times
Who knows better than I?


Lord, one of these days
There'll be no more sorrow
When I pass away
And no more hard times

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Vitamina de Banana

De manhã fiz vitamina de banana para meu amor.
Não sei fazer vitamina de banana.
Não estava com ele.
Nunca fui na casa dele.
Não sei onde ele mora.
Odeio vitamina de banana.
Ele disse que tava gostosa.
:-)

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Chocolate para o meu amor.

Essa noite fui acordada com beijinhos virtuais.
Beijinhos virtuais mandados por um menino bobo que me ama tanto quanto é amado.
Um menino bobo que disse que queria pular a janela do meu quarto (ai, ai...).
Pobre menino bobo que insiste em desejar o que eu prefiro evitar...
À você, menino bobo, ofereço a paz e o inferno de não conhecer os meus beijos.
Te presenteio com minhas madrugadas e dedico, com carinho, as minhas olheiras.
Ofereço minhas mãos em seus ombros, o toque dos meus dedos em seus olhos e o meu sorriso descontraído enquanto caminhamos pelas ruas.
Mas já a minha boca... Deixarei que ela o beije somente com palavras.


terça-feira, 10 de abril de 2007

...

Ontem mandei que uma pessoa fechasse os olhos e me deixasse guiá-la pela rua.
Como um bom menino obediente ele fechou os olhos, mas estendeu os braços à frente, na tentativa de tatear o vazio.
Imediatamente perguntei, cheia de malícia:
- Então não confia em mim?
Seu olhar revelador transmitiu todo o entendimento do meu gesto manipulador e da minha pergunta nem um pouco inocente.
Nada foi dito.
E assim somos feitos; poucas palavras, muitos olhares.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Ao Malandro


Meu amor, tenho tantas coisas pra dizer... mas parece que elas só fazem sentido no silêncio. Será que se eu apenas recostasse minha cabeça em seus ombros você entenderia tudo que eu não dissesse?
Será que você conseguiria perceber o quão contraditória eu sou e estou, demasiadamente, nesse momento?
Você ouviria, no meu silêncio, que sinto saudades?? Saudades já tão adormecidas e quase tão velhas quanto eu que já nem lembro ao certo de quê, mas que elas são tão reais que sinto uma pontada latente a todo instante? É, meu amor, "a verdade é que cidade ficou longe..."
Você entenderia, meu amigo, que sou apenas uma menina frágil e ao mesmo tempo teimosamente forte e geniosa?
Você saberia responder, quando o meu silêncio perguntasse, por que gosto tanto da solidão?
Têm passado pela minha vida muitas mulheres enfadonhas e alguns homens vazios, nada tenho para lhes oferecer, não posso refletir a ausência, só sei dar o que as pessoas garimpam em mim, de resto elas apenas me entediam e fazem com que me sinta burra. Então você compreenderia o sopro de vida que agora representa pra mim se eu apenas te desse um abraço?
Você perceberia que tem um choro preso em mim que nunca se liberta, por mais que eu tente?
Ele convive comigo, é quase um companheiro fiel, mas insiste em não revelar suas lágrimas, em não mostrar sua fraqueza.
Já cansei de lutar contra ele e, na verdade, já me acostumei ao olhos sempre secos.
Mas não sou uma rocha, como geralmente as pessoas me julgam.
Ah, se elas soubessem o quanto sinto falta em alguns momentos, se elas soubessem que o que admiram e invejam em mim é fruto de uma estrada sem sombras...
Mas tenha calma, amigo, eu também diria a você, no meu silêncio, que eu amo a vida, amo a beleza de uma tarde de verão, adoro a vastidão solitária do mar quase tanto quanto adoro a energia do sol, a emoção do primeiro beijo, o sorriso de uma pessoa amada e, diria também, que me considero uma pessoa feliz.
Mas, enfim, acho que isso era tudo que eu queria não te dizer.
Beijos de pétalas, da sua Flor.

sábado, 7 de abril de 2007

Será que a gente é louca ou lúcida?



Dia estranho, pensamentos desconexos e sentimentos contraditórios.
Ou seja, receita para o tédio!
Vontade de vagar ouvindo músicas, transformar toda a minha vida em uma melodia vibrante e desafinada composta para uma letra triste.
Poderia ser um Jazz, com um piano executado por dedos ágeis, expressando toda a minha ânsia de explosão, ao lado de um sax imponente gritando todas as minha angústias e desesperos.
Mas, ainda, talvez fosse a minha vida um samba com toda a sua cadência mimosa, sua malandragem, no qual um pandeiro comandaria toda a minha paixão pelo prazer, pela vida e pela liberdade.
Ou quem sabe seria a minha existência um Rock in'Roll, com suas guitarras nervosas e toda a verborragia e melancolia tão condizentes com meus dias de solidão e carência...
Alguns, com certeza, diriam que a minha vida é uma música Pop; simples, bonitinha, sem maiores complicações, em que se pode ouvir um contrabaixo elétrico bem calmo, quase imperceptível, mas fundamental para a harmonia da composição pacífica e conformista.
Mas, na verdade, acho que minha vida seria um Choro.
Sim, um Choro.
Um Choro redentor e silencioso, sem flautas, violão, cavaquinho ou bandolim.
E assim, já despida de todos os instrumentos, eu seria a minha própria banda e esse Choro, um lamento e esse lamento, só meu.
Aliás, acho que esse Choro sou eu.