quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Reflexos


Palavras que não digo magoam.


O silêncio cortante que elas invocam deixam feridas abertas.


Cicatrizes cobrem meu corpo.


Belas formas melancólicas dançam um balé trágico em minha pele.


Os tambores soam alto somente aos meus ouvidos e anunciam o final trágico da coreografia.


Já não sou mais dona dos meus passos.


Apenas aguardo com uma temeridade ansiosa que o final se anuncie e o regresso se mostre.


Voltarei.


Sim, voltarei catando os cacos de vidro e as flores despedaçadas no caminho.


Pedaços de mim mesma que se espalharam de maneira desconexa.


Troféus de tudo que nego e que me machuca.


Mas respiro fundo e olho com compulsão e desprezo:


São apenas lembranças.
Não é só a cicatriz que identifica o ser amado
Cazuza

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Tears for fears


Fantasmas rondam meu quarto na madrugada.


Fantasmas sempre tiram meu sono.


É o temor que me assola.


Não aquele medo infantil do escuro.


Esse se esvaiu no exato momento em que conheci o silêncio e me encantei com a solidão.


Mas aquele medo velho e poeirento que habita em meus ossos.


O medo enfrentado todos os dias, como se ali nunca estivera presente.


O medo ignorado, perdido e cotidianamente reaprendido.


Agressividade, inércia, tristeza, euforias...


Onde mais ele vai se esconder??


"Nem sempre se vê lágrimas no escuro"
Lobão