Palavras que não digo magoam.
O silêncio cortante que elas invocam deixam feridas abertas.
Cicatrizes cobrem meu corpo.
Belas formas melancólicas dançam um balé trágico em minha pele.
Os tambores soam alto somente aos meus ouvidos e anunciam o final trágico da coreografia.
Já não sou mais dona dos meus passos.
Apenas aguardo com uma temeridade ansiosa que o final se anuncie e o regresso se mostre.
Voltarei.
Sim, voltarei catando os cacos de vidro e as flores despedaçadas no caminho.
Pedaços de mim mesma que se espalharam de maneira desconexa.
Troféus de tudo que nego e que me machuca.
Mas respiro fundo e olho com compulsão e desprezo:
São apenas lembranças.
Não é só a cicatriz que identifica o ser amado
Cazuza