segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Roda Viva


Vontade de vagar a esmo tendo como companhia somente o silêncio.

Na mente só a lembrança do que não vivi.

A vida que não tive. O carinho que me foi arrancado.

A segurança amputada quando ainda não estava preparada para a vida.

Ainda não estou, mas isso não parece fazer muita diferença.

Não agora depois do caminho percorrido.

Em meio a tanta desolação meus olhos se fecharam.

Encontrei alegrias fulgazes.

Muitas pessoas ao redor. Euforia. Risos.

Vazio...

A liberdade estava em minhas mãos.

Quase uma vida toda devotada às responsabilidades do cotidiano.

Depois de concluidas as fases vem a merecida certeza da autonomia.

Será que me iludi em achar que estava apenas vivendo?

Difícil fazer escolhas quando seu mundo é só você mesma.

Nada te impede. Ninguém te condena.

Por dentro somente a vontade de se deixar levar.

É assim que se caminha em uma estrada sem sombras...

Passos perdidos te guiam.

Mas agora as luzes foram acesas e meus olhos rejeitam tamanha claridade e vastidão.

O solo é mais fértil do que eu pensava...

Tristezas, medos e angústias brotam como galhos de uma mesma árvore.

No meio do caminho ela se impõe, majestosa.

Sua sombra me convida, mas meus olhos seguem um único objetivo:

Paz.
Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu.
A gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu?
Chico Buarque.

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